Tecnologia ainda é “coisa de Nerd”? A evolução da imagem do profissional de TI

Na década de 1990, a imagem do programador era associada a um homem branco, magro, de óculos, super inteligente. Ainda hoje é assim?

Por Artur Moreira Balestro, Desenvolvedor Frontend na South System

O ano é 2021 e o mundo mudou muito. A tecnologia alcançou níveis extraordinários, aumentando cada vez mais a importância da evolução digital. Isso influenciou as pessoas também, de tal forma que o mercado ampliou e, consequentemente, a gama de pessoas capacitadas na área da tecnologia.

No início dos anos 90 o ramo da tecnologia havia ficado “mainstream”, apesar de já ter relevância décadas atrás. A imagem genérica do programador/chefe de TI nessa época era do homem branco, magro, de óculos, super inteligente e relativamente extrovertido. Sabemos hoje que, antes desse padrão ser estabelecido, pessoas de diferentes origens e personalidade tiveram papel extremamente relevante (principalmente mulheres como Ada Lovelace), com suas tecnologias precursoras, no entanto não há como negar que essa foi a imagem que a sociedade acabou impondo.

Com o passar dos anos e a amplidão do mercado, a imagem do profissional de TI tomou outro rumo, o do programador preguiçoso, gordo, totalmente recluso e às vezes até maluco. Não é de se duvidar que ainda existam pessoas de fora da área que imaginem os profissionais de TI com esse perfil. Exposto como uma “versão inferior” ao padrão anterior, esse estereótipo foi um dos mais difundidos por muito tempo, geralmente acoplado às tribos de gamers e otakus, também vistos como reclusos da sociedade. Quem nunca imaginou que Steve Jobs, Steve Wozniak, Bill Gates, grandes representantes da tecnologia, eram apenas as exceções e o resto do pessoal que trabalhava com eles seguia o estereótipo, que atire a primeira pedra.

Embora existam muitas pessoas que se encaixam nesses perfis e possam compor grande parte dos profissionais que temos hoje, a diversidade sempre esteve presente na área da TI. Um dos problemas principais é que profissionais que não se encaixavam no “perfil ideal” não ganhavam muito incentivo e a cultura social os colocava num patamar mais baixo, o que ainda acontece de muitas formas hoje. Porém, com a evolução constante da tecnologia e as demandas gigantes das empresas que entram no meio digital, consequentemente mais profissionais qualificados são necessários para exercer a função. Não apenas isso, mas a TI ganhou tantas ramificações que ser “a pessoa que mexe com computadores” é algo quase banal.

Isso, juntamente com a acessibilidade de informação e capacitação de profissionais, permitiu que cada vez mais tipos de pessoa pudessem estar nesse ramo, tornando a diversidade mais visível. Ainda que tenhamos domínio masculino hétero branco nas empresas de TI, isso vem mudando bastante. Há muitos profissionais mulheres e LGBT+ programando, homens hétero fazendo design e RH, negros e pessoas PCD ocupando cargos de chefia, e por aí vai. Mesmo o padrão de profissional que muito se vê nas empresas de TI hoje sofreu alterações relevantes: aquele geralmente fã de esportes, extrovertido, fora do meio “nerd”, fitness, algo bem oposto dos padrões que se viam há um tempo atrás.

Aos que sentiram falta de uma resposta mais objetiva, não, TI não é mais “coisa de nerd”. A abrangência desse ramo atinge hoje pessoas de todas as culturas, personalidade, gênero, etc. Não há mais espaço para rótulos, e isso vale para qualquer área. Dizer que algo combina somente com determinado tipo de pessoa apenas priva ela de fazer algo com que possa se identificar, com o risco de prejudicar seu crescimento pessoal e profissional. Promover a diversidade numa área que segue crescendo rapidamente e agregando mais ao mundo nos faz ver que todos somos capazes de tudo. A esperança é ver isso mudando cada vez mais.

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